Back to homepage. (http://english.Paulinyi.com)
Full download in PDF below.

Retornar à página principal. (http://www.Paulinyi.com)
Disponível em PDF abaixo.

ABSTRACT

PAULINYI, Zoltan. Flausino Vale and Marcos Salles: influences of Franco-Belgian School on Brazilian works for solo violin. 197 pp. Dissertation (Master degree). Departamento de Música, Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

Marcos Salles (1885-1965) and Flausino Vale (1894-1954) composed for solo violin at the beginning of 20th century, probably the first Brazilian-born composers of this kind of works. This study examines works by these two violinists friends, and identifies influences of the Franco-Belgian school on violin technique and repertoire in Brazil by comparison of characteristic instrumental formulas. The methodology for the study of ideologies is topical historicizing on works and words of the schools representatives. The distinction of schools is evinced by the repertoire for violin alone and treaties of Geminiani, Leopold Mozart, Baillot and Flesch, which document the technical and ideological evolution of violinistic playing. The comparison of the modern French school with the old one underlines a continuous development rather than a breach. The modern French school, led by Baillot since the beginning of the creation of the Conservatory of Paris in the late eighteenth century, established itself throughout Europe not only through the recognition of its artistic excellence, but also by powerful political ideology, shaping the musical education system and influencing the compositional style in several countries. The cultural background was different in Brazil, but the arrival of the modern French school influence has not delayed. In this context, Marcos Salles' and Flausino Vale's works seek some artistic autonomy rather than absolute independence because they don't contradict European ideals. The first six Salles' caprices (1907-1909) distinguish themselves from the Italian and the French-Belgian styles by their systematic modal alternations. Vale's works, composed a little later, are divided between originals and transcriptions (or arrangements); they are framed within the ideological and landscape paradigms of national identity explained by Maria Alice Volpe (2001). His two newly accessible "themes with variations" extend perspectives on his violin technique. Fully published here, his score "Variations upon [Lehár's] song Paganini" is one of the first documented uses of sotto le corde technique on the violin. Vale's dozens transcriptions should not be underestimated: some of them possess high artistic value, like Bernardino Belém de Souza's "A casinha pequenina" ("The very little house"), as well as the themes for his own variations. Among his transcriptions, there is a collection of sounds from nature, some of which were incorporated into his compositions and arrangements. The expansion of Flausino Vale's general list of works incorporating transcriptions into his set of original works allows further research on the socio-historical musical practice in the State of Minas Gerais in the first half of the twentieth century.

Keywords: violin alone, solo, Flausino Vale, Marcos Salles, French-Belgian school

RESUMO

PAULINYI, Zoltan. Escola franco-belga e o violino solo brasileiro: Flausino Vale e Marcos Salles; comentário sobre ideologia na história violinística. Évora: Bookess. 2014. 178 p.

BandeiraBrasilNo Brasil: adquira o livro ampliado em 2014. Publicação sem fins lucrativos: o preço refere-se exclusivamente ao serviço de impressão sob demanda.

BandeiraPortugalEm Portugal e resto do mundo: adquira o livro pela Clube de Autores, Amazon, Fnac, e diversas distribuidoras internacionais.

Marcos Salles (1885-1965) e Flausino Vale (1894-1954) compuseram para violino desacompanhado no início do século XX, possivelmente inaugurando a escrita sistemática para violino solo por brasileiros natos. Obras destes dois amigos violinistas são aqui divulgadas, identificando-se a influência da escola franco-belga na história técnica e literária do violino no Brasil por meio da análise comparativa de fórmulas instrumentais características. A metodologia apontada por Bosi (2010) para o estudo ideológico é a historicização tópica das obras e palavras dos representantes das escolas abordadas. A diferenciação das escolas é evidenciada pelo repertório para violino solo e pelos tratados de Geminiani, Leopold Mozart, Baillot e Flesch, os quais documentam a evolução técnica e ideológica da arte violinística. A comparação da moderna escola francesa com a antiga permite verificar antes seu contínuo desenvolvimento do que propriamente uma ruptura. A moderna escola francesa, liderada por Baillot, desde o início do Conservatório de Paris no final do século XVIII, impôs-se em toda a Europa não somente pelo reconhecimento de sua excelência artística, mas também por grande força ideológica-política, modelando o sistema de ensino musical e influenciando o estilo composicional em vários países. No Brasil, o cenário cultural foi muito diferente, mas a influência da moderna escola francesa não tardou a chegar. Naquele contexto, as obras de Marcos Salles e Flausino Vale buscavam certa autonomia artística e não propriamente independência, visto não contradizerem os ideais europeus. Os primeiros seis Caprichos (1907-1909) de Salles distinguem-se dos estilos italiano e franco-belga por sua sistemática alternância modal. As obras de Vale, um pouco posteriores, dividem-se entre originais e transcrições (ou arranjos); enquadram-se no paradigma paisagístico e ideológico de identidade nacional explicado por Maria Alice Volpe (2001). Recentemente acessíveis, seus dois "temas com variações" ampliam as perspectivas sobre sua técnica violinística. Sua partitura "Variações sobre a canção Paganini" apresenta-se editada aqui na íntegra; é um dos primeiros registros de uso do sotto le corde no violino. As dezenas de transcrições de Vale não devem ser menosprezadas, pois algumas agregam alto valor artístico, como "A Casinha Pequenina" de Bernardino Belém de Souza, bem como os próprios temas de suas variações. Entre suas transcrições, encontra-se uma coleção de sons da natureza, alguns dos quais foram incorporados em suas composições e arranjos. A ampliação da listagem geral das obras de Flausino Vale incorporando transcrições ao seu conjunto de obras solísticas originais permite novas pesquisas histórico-sociais sobre a prática musical mineira da primeira metade do século XX.

Palavras-chave: violino solo, Flausino Vale, Marcos Salles, escola franco-belga